Participação



Colecionador de sorrisos




Desde de pequeno, sempre amei coleções. Sou um colecionador nato. Pode se dizer que eu sou meio compulsivo por coleções. 

Já colecionei de tudo um pouco. Houve uma época em que colecionei tampinhas de garrafa. Era um prazer aguardar a próxima tampinha e juntar a outras tantas que já tinha. Também já colecionei latinhas de bebidas. Essa coleção chegou a mais de quinhentas latinhas. Sei que é pouco perto das coleções de latinhas que tem por aí, mas, amava essa coleção. Porém, chegou um momento em que não tinha mais onde guardar. Tive de me desfazer da minha coleção.

Já tentei colecionar selos. Contudo, trata-se de uma coleção muito cara a se fazer. Cheguei a ter uns vinte ou trinta selos, só que os selos mais legais eram os mais raros e caros, e eu não tinha dinheiro para poder inseri-los à minha coleção. Tive de abandonar essa coleção também.
 
Outra coleção que sempre me deu muito prazer e que mantenho até hoje é a de chaveiros. Tenho chaveiros de todos os tipos, desenhos e países. Sempre que os amigos viajam, peço para que tragam um chaveiro para mim. Ela está meio espalhada pela casa, mas ainda pretendo colocar todos em quadros para poder expor.

Minha coleção de livros também não deixa a desejar. Apesar de ainda pequena perto do número que quero chegar a ter, tenho muito orgulho desta coleção. Tenho de tudo um pouco. Livros policiais, livros de suspense, livros de filosofia, livros raros. Essa mantenho desde que comecei a ler.

Mas de todas, a de álbuns de figurinhas era a preferida. Não só pelo prazer de comprar figurinhas, mas de poder trocar com os amigos, brincar de bafo e o “completar o álbum”, que sempre era motivo de orgulho para quem o conseguia fazer. Tive álbuns de todos os tipos: de super-heróis, de futebol, daqueles que davam prêmios. Ainda mantenho alguns guardados, como os da Copas do Mundo. E ainda coleciono, mas só em Copas.

Há alguns anos tive uma ideia para uma nova coleção que seria muito prazerosa. Ela juntaria o prazer de todas as outras. Poderia ter uma quantidade infinita como a coleção de tampinhas de garrafa. Poderia ter a beleza da coleção de latinhas. Conseguia ter a preciosidade da coleção de selos. A importância da coleção de chaveiros. A utilidade da coleção de livros. E a troca com as pessoas dada pela coleção de figurinhas. Resolvi colecionar sorrisos.

Rapidamente se tornou a coleção mais prazerosa e alegre que já tive. Poderia trocar com as pessoas o tempo todo, e acumular cada vez mais. Infinitamente.

Percebi que existem inúmeros tipos de sorriso. Tinha o sorriso aberto, cheio de esperança. Tinha o sorriso raro, como um selo do século passado. Sorriso amarelo, como que envelhecido pelo tempo. O sorriso carimbado é aquele que te enche de alegria num dia não tão feliz. Esse é o sorriso mais útil que existe.

Colecionar sorrisos se tornou minha coleção favorita. Pela facilidade de acumular peças para coleção. Pela alegria de cada sorriso que eu recebo para o meu acervo.  Pela possibilidade de troca com as pessoas, como uma coleção de figurinhas. Cada vez que eu ofereço um sorriso a uma pessoa, recebo um sorriso de volta para minha coleção. Tornei-me um viciado em sorrisos. Um obsessivo-compulsivo por sorrir e ganhar sorrisos.

Sorrir é mais do que movimentar alguns músculos e mostrar os dentes. É distribuir felicidade e ganhar felicidade ao mesmo tempo. É abrir o coração e alma. É ter fé na vida e esperança de dias alegres, mesmo quando esses dias não forem tão bons.

Quero continuar a colecionar sorrisos para o resto da vida. Sorrisos de todas as pessoas que eu encontrar. E para conseguir cada vez mais peças para minha coleção, basta eu sorrir para pessoa. Sempre, inevitavelmente, vou receber um sorriso de volta. E minha coleção, a cada dia que passa, só aumenta…



E você, querido leitor, tem um sorriso para trocar comigo?



Diego Marques



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