- Textos em uma caixa de sapato -
Não há percepção mais introspectiva feita nas releituras de antigos escritos. Quando, por uma outra perspectiva notei o quanto eu havia envelhecido. Meus velhos amores. Meus novos temores. Meus sonhos infantes. Nestas velhas palavras tão destoantes. Que não se subjugam ao que eu penso
nos dias de hoje. Que não se misturam ao que falo
nos dias de hoje. Que não se melindram em minhas
Próprias decepções.
Que lá estão escritas.
Verdade então que no copo derramei. E no corpo acabei. com fatos que nunca saberei. Tal qual os mistérios de uma noite escura Ou as débeis palavras dos mendigos de rua
Está escrito, pela a eternidade
Ou pela durabilidade
Que este papel terá.
Minha real identidade juvenil Esquecida pela avareza senil
De tentativas infundadas do mundo mudar
Economizando os poucos anos que me restam de ar
Guardo tais relíquias em uma caixa de sapatos
Embaixo da cama
Em cima de uma especial camada de poeira
Torno-me aos dias e fatos
Observando o formar da lama
Silenciando minha mente inquieta de outra maneira.
Rhuan Neves


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