Sou a dor que provoco
E
eu sofro. Sofro por sofrer ou por aceitar o sofrimento por pessoas que
não conhecem o meu eu, por algumas migalhas e talvez até por alguém que
nem sei quem é. Na maioria das dores que sentimos atribuímos a alguém,
mas talvez, nós mesmos que provocamos isso.
Só
vivemos condições se nos permitimos viver. Então, ao contrário dos
versos anteriores, eu não sofro por quem não me conhece, por quem não me
ama, pela moça que vi uma única vez na rua e me apaixonei, por ser
ignorado, pelos rótulos.
Eu sou a dor que provoco.
Provoco ao aceitar os rótulos e o desprezo. Ao aceitar o olhar frio de quem fui (ou sou) apaixonado. Ao aceitar ser capturado por uma essência que não me pertence. Rótulos não cabem em mim e o desprezo, já não provoca lágrimas.
Ah,
os desacertos amores, evaporam entre tantas possibilidades de construir
um novo dia. E o vazio que iniciei o meu desabafo, ele vira poesia.
Vira poesia por ser meu, por ser a alma se desfazendo pra ser. Pra ser quem ninguém enxergou, pra ser ela, pra ser sentimentos, pra ser própria sem necessitar de se fantasiar de mendiga.
Muitos
procuram migalhas e hoje eu procuro me enxergar. Do mesmo modo que sou a
dor que provoco, eu sou a força que me faz vencer e certamente, o
motivo que me fará sorrir.
-Luís De Oliveira



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